Hoje
é terça-feira, dia 11 de março, dia do
meu aniversário. Sentei para escrever o artigo da semana.
Ele será publicado amanhã. O método que
uso para escrever esses artigos é simples. Assim que
um artigo é publicado eu já escolho o próximo
assunto. Durante a semana, faço anotações
sobre aquele tópico. Na terça-feira, organizo
minhas anotações e escrevo. Esta semana o assunto
da coluna seria “organização de tempo”.
Porém, logo pela manhã comecei a receber telefonemas
desejando feliz aniversário, felicidades, etc. Lembrei
do tempo de criança...”Apague as velinhas e faça
um pedido!”
Parei para pensar um pouco sobre isso. Principalmente a parte
“faça um pedido!” De forma interessante,
em inglês falamos “make a wish!” (faça
um desejo!). Em todo caso, no que isso pode nos ajudar? Desejar,
fazer um pedido, a quem? A Deus? Ou a nós mesmos?
Qual a força dos nossos desejos, dos nossos sonhos?
Eu sou engenheiro e pesquisador. Pode-se dizer que esse tipo
de profissão acaba nos moldando com uma certa atitude
céptica. Precisamos de fatos e repetições.
Eu sei que desejar algo, sonhar e acreditar, do fundo da alma,
que alguma coisa aconteça, é essencial para
que aquilo aconteça realmente. Eu sou prova viva disso.
Porém, apenas sonhar e acreditar não resolve.
É necessário expectativas positivas, atitude,
ações. Pensar, agir e trabalhar para que alguma
coisa se realize. Contudo, é também observável
o fato de que “acreditar muito”, de algum modo,
facilita a execução e realização
de qualquer coisa. Por que?
Todos nós temos sonhos. Por que alguns realizam o seu
sonho e outros não?
Eu tenho lido e estudado muito esses assuntos. A resposta
para essas questões encontra-se espalhada em centenas
de livros publicados sobre temas relacionados com neurologia,
auto-ajuda, psicologia, coaching, etc. Ocorre que, entre o
sonho e a realização existem muitos procedimentos
e habilidades necessárias tanto do lado externo, quanto
dentro do próprio indivíduo. Aliás, eu
escrevi essa sequência de forma incorreta. Na verdade,
em cada fase do processo, primeiro é necessário
desenvolver habilidades e executar os procedimentos “internos”.
Só então é possível usar essas
habilidades e executar os procedimentos externos necessários.
A maioria das pessoas deixa de fazer alguns desses procedimentos
(internos ou externos), ou os faz de maneira incorreta. Como
resultado, sentem-se frustrados e acabam por desistir do seu
sonho.
Aqui, muito resumidamente, devido ao espaço restrito,
apresentamos apenas uma idéia dessas fases, algumas
habilidades e ações necessárias:
Habilidades
e Ações Internas: |
Ações
Externas: |
1.
Fase conceitual |
•
Coragem para mudanças
• Conhecer sua missão de vida
• Sonhar |
•
Pesquisa de “mercado”
• Levantamento preliminar de recursos
• Rascunho da idéia |
2. Definição de Metas |
•
Concentração, foco.
• Visualizar metas |
•
Escrever Meta Estratégica
• Verificar viabilidade |
3.
Planejamento |
•
Auto-conhecimento
• Paciência
• Visualizar obstáculos
• Visualizar soluções
• Ter expectativa positiva |
•
Escrever Metas Intermediárias
• Definir necessidades e critérios
• Verificar viabilidade
• Definir passos
• Definir alternativas |
4.
Execução |
•
Persistência
• Disciplina
• Manter atitude positiva |
•
Reunir recursos
• Executar planejamento
• Liderar a equipe |
5.
Controle de Performance |
•
Controle emocional
• Auto-confiança
• Motivar-se |
•
Manter cronograma
• Controlar recursos
• Avaliar e corrigir performances |
6.
Avaliação final de resultados |
•
Auto-crítica
• Livrar-se de crenças irreais |
•
Comparar com critérios
• Definir pela conclusão ou re-execução |
7.
Conclusão e definição de continuidade |
•
Humildade
• Agradecer, comemorar
• Ignorar críticas destrutivas
• Não se acomodar na zona de conforto |
•
Desativar recursos
• Escrever relatórios e lições
• Descansar
• Iniciar próximo projeto |
Como
pode-se notar, cada pequena parte dessa tabela necessita tratamento
mais específico. Por exemplo, por que acreditar em
“algo” facilita a sua execução?
Como a atitude altera a performance? Essas e outras perguntas,
responderemos nas próximas semanas! |
Marcos
Pontes
Colunista,
professor e primeiro astronauta profissional lusófono
a orbitar o planeta, de família humilde, começou
como eletricista aprendiz da RFFSA aos 14 anos, em Bauru (SP),
para se tornar oficial aviador da Força Aérea
Brasileira (FAB), piloto de caça, instrutor, líder
de esquadrilha, engenheiro aeronáutico formado pelo
Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA),
piloto de testes de aeronaves do Instituto de Aeronáutica
e Espaço (IAE), mestre em Engenharia de Sistemas graduado
pela Naval Postgraduate School (NPS USNAVY, Monterey - CA). |